domingo, 19 de setembro de 2010

domingo, 4 de julho de 2010

EU, ROBOT

De acordo com sábias palavras de Don Miguel Ruiz, o que vivemos e ouvimos nesse exato momento não passa de um sonho.
O sonho é anterior ao nosso nascimento. Foi criado pelos que vieram antes de nós, e o podemos chamar de Sonho da Sociedadade.
Esse Sonho da Sociedade inclui regras, comportamento, crenças, leis, cultura, bem e mal, certo e errado, enfim ... e como nascemos com a capacidade de sonhar, os que vieram antes de nós nos ensinaram a sonhar da forma que a sociedade sonha.


Não escolhemos nosso nome, nossos valores morais, nossa religião. Não nos deram a oportunidade de escolher no que acreditar ou não.
Mas aprendemos a acreditar, aprendemos a sonhar o sonho alheio. Concordamos com a informação que nos foi passada e acreditamos incondicionalmente nos certos e errados sonhados.
Fomos todos domesticados desde a infância. E no processo de domesticação (assim como se domestica um cão), fomos premiados ou punidos, de acordo com um sistema de castigos e recompensas.
Não faça isso, faça aquilo ... e com medo da rejeição e necessidade da recompensa - a atenção e amor alheios - nos afastamos de nosso Eu e nos domesticamos para agradar o papai, a mamãe, o professor, o chefe, o namorado, a sociedade.


Já adultos, o massacre sofrido pelo Eu é tão forte que não mais precisamos desses treinadores. Nos tornamos animais autodomesticados com nosso próprio juiz interno, ditando as regras de acordo com o Livro da Lei escrito pela sociedade.
Nosso juiz interno a tudo julga .. o cão, o gato, o tempo, o que pensamos, fazemos, sentimos.
Toda vez que fazemos algo que vai contra o Livro da Lei, nosso juiz interno nos diz que somos culpados, que devemos nos envergonhar, que precisamos ser punidos.


Mas, junto ao juíz interno, convive em nós a vítima. Essa carrega a culpa, a vergonha, a responsabilidade, a sensação de não ser bom o bastante, não ser digno, não ser atraente, não merecer amor e respeito.
O grande juíz interno concorda com a vítima e diz: sim, você não é bom o suficiente.


Não basta se tornar adulto e ser apresentado a novos valores e conceitos pois, mesmo incorporando ao nosso mundo tais valores, terminamos por descobrir que as velhas crenças ainda controlam nossas vidas.
Quebrar as regras do Livro da Lei abre ferimentos emocionais, porque aprendemos com nossos pais e, mais tarde com nosso juiz interno, que tudo o que está escrito lá é verdade.
E qualquer coisa que vá contra aquelas verdades produz insegurança. Mesmo que o Livro esteja errado, ele faz com que nos sintamos seguros.
Todas as Leis estão no Livro e o juiz dentro de nós baseia tudo nessas regras.
Mas, seria justo esse juíz?


Justiça é pagar por um erro apenas uma vez. Nenhum condenado vai para a cadeia pagar pelo mesmo crime duas vezes.
Quantas vezes pagamos pelo mesmo erro? Milhares de vezes.
O ser humano é o único animal sobre a Terra que paga mil vezes pelo mesmo erro.
Nossa memória é poderosa. Cometemos um erro, somos julgados por nosso juiz interno, condenados e castigados.
Se existe justiça, é o suficiente. Não precisamos sofrer duas vezes pelo mesmo erro cometido.


Mas não funciona assim: lembramos do erro, relembramos, nos declaramos culpados e nos punimos outra vez, e outra, e outras tantas ainda.
E, se não o fizermos, outras pessoas o farão.
Usarão seu próprio juíz interno para nos lembrar centenas de vezes do mesmo erro, jogando sobre nós seu veneno emocional.
E seremos julgados, condenados e punidos essas centenas de vezes.
A maioria das pessoas tem medo do inferno, o 'local das punições', mas .. onde fica o inferno?


Más notícias: já estamos no inferno!
Fica exatamente aqui: o local da punição, da dor, do sofrimento, da violência física e verbal, da raiva, da vingança, do medo, do ódio, da inveja.
É aqui que transformamos nosso sonho num pesadelo.
É aqui que nosso juíz interno nos condena e condena e condena.
É aqui que juízes internos alheios anotam em seus Livros da Lei - seu caderninho de notas - nosso erros e nossas dores.
E é aqui que, vez por outra, enfiam seus dedos cheios de ódio em nossas feridas não cicatrizadas e, como donos absolutos da verdade, nos fazem sofrer pela enésima vez a mesma dor.


Ah, mas você não quer sentir dor. Eu não quero sentir dor. Fácil, fácil:
decore as regras pré-estabelecidas (sabe-se lá por quem) e não as quebre nunca;
absorva os pré-conceitos e viva de acordo com eles;
carregue um pocket do Livro da Lei na bolsa e consulte em caso de dúvida;
não saia de sua zona de conforto, não ouse, não contradiga, não mude
Afinal, não nos deram uma vida para viver. Nossa Certidão de Nascimento é apenas uma ficha de múltipla escolha. Marque o X na resposta certa; não se atreva a cogitar a hipótese da resposta certa não estar entre as opções.
Vida programada, mente condicionada, um a mais entre a massa que marcha ao som da mesma batida, na mesma direção ... a direção do nada.


Eu, robot ...
Mas, deixa falar baixinho para o juíz interno não escutar: robots tem botões.
Se um dia você se atrever a acordar, procura o botão F e aperta. Algo parecido com ctrl+alt+del. Não entendeu? Eu explico:
Ligue o FODA-SE e seja feliz!

EU, ROBOT .. SOM E IMAGEM

terça-feira, 29 de junho de 2010

Dark Angel


Caminhava descalça
Sem destino a percorrer
Apenas o medo se apoderava de mim
Escuridão nos jardins do Paraíso

Mentiras nos campos do Inferno.
Eu não sabia nada
Estava sozinha nesta noite de pesadelo
Gritava na minha mente

Chorava no poço de mim

Mas nada havia ali
A minha voz torna-se um murmurio seco
A minha alma um flor murcha

Queria fugir
mas não havia caminho
As imaginárias trevas cercavam-me
Num lugar que eu sei que não existia

Corri para mim

O meu reflelxo no meio do nada

Este chorava sem parar

E eu não o conseguia acalmar

Por fim deixei-me nas cinzas
Nada havia a descobrir


Um corvo passou por mim

E ensinou-me a morrer sem dor

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ops ... lá vem outra onda


Ando com aquela sensação de quem mora no Waimea. Um tsunami atrás do outro.
A vida gritando por soluções urgentes para questões pendentes
relações pessoais em turbulência
conflito diário
(e nem posso dizer que é inferno astral.
Sou de sagitário)
Gente reclamando porque sumi
(e gente sorrindo, achando que morri)
Mas nessa fase quase slow eu penso:
ainda bem que existe o botãozinho do pause.
Aperto o tal botão
botas, vestido vermelho e batom
e lá vou eu, outro lado da cidade
ops ... outro tsunami
"Você não espera
passar um final de semana romântico na serra?"
Não, não espero. Nunca esperei.
Sei bem do 'pacote fechado' que comprei.
Mas que dava para dormir sem essa,
ah .. isso dava!

sábado, 12 de junho de 2010

Lord Tigre

Li agora, em uma de minhas postagens, um comentário de meu querido amigo Lord Tigre.
Suas palavras são de tal encanto que fiquei eu sem palavras. E a beleza delas me faz transcrever aqui o comentário, não sem antes dizer: obrigada Lord.

Lord Tigre
disse...
"Kaillean é uma mulher que nos faz caminhar sempre na linha tênue da fantasia com a realidade. Encanto, sensualidade, magia e sedução são as armas desse fenômeno fantástico que é Kaillean. Porém, de nada isso teria valia, se não houvesse ali, uma mulher de caráter ímpar, personalidade forte, marcante e dona de uma inteligência acima da média. Se Kaillean fosse apenas pés deliciosos e um corpo bonito, seria só mais uma e nada além disso.

Algumas chegam, tem um brilho rápido, de algumas horas, dias e até meses, Kaillean, entretanto, é uma mulher que permanece e se mantém. Sua criatividade e sensualidade fazem de seus ensaios referências. Não se mede a beleza e a criatividade de um post, de uma idéia, pela presença no dia em que a mesma foi postada, mas sim, pelo número frases e fotos parecidas que depois que as de Kaillean são postadas, aparecem em outros perfis.

Kaillean nos faz sonhar acordado, nos faz sempre pensar que é possível fazer mais e melhor. Mulher que não deixa desistir, por acreditar que tudo é possível, por mais difícil que se possa parecer. Uma rocha impenetrável? À primeira vista sim, essa é a melhor visão dessa mulher espetacular. Todavia, quem tem o prazer de desfrutar de sua amizade, carinho e intimidade, percebe que até na rocha nascem flores, porque Kaillean é um presente enorme da vida de quem a conhece. Seu jeito único de ser, nos faz sempre acreditar que tudo pode acontecer. Por isso, nunca me canso de agradecer: Kaillean, obrigado por me fazer sonhar!"

Beijos meus em você...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

THE WORLD IS CHANGE ... ME TOO



Costumava escrever que, quem sou depende das mutações, dos ciclos e maresias, de meus insanos desejos e fantasias.
Depois de 3 anos como submissa, a mudança chegou. Radical e absolutamente essencial.
Acreditava na tal "submissa de alma", na mulher entregue incondicionalmente aos desejos do Dominador, mas ... i dont' belive more.
Não sei se deixei de acreditar por conta das experiências frustrantes (algumas inebriantes mas, no final, sempre frustrantes)


Não sei se deixei de acreditar por constatar que, para grande parte dos Dominadores, mulheres não passam de objetos descartáveis
Não sei se deixei de acreditar porque tenho visto proliferar por ai homens arrogantes, prepotentes, mal educados, mentirosos, grosseiros, malandros caçadores de sexo que enchem tua página de scraps sensuais (a tua e a de mais 3 dúzias de submissas) coisa que nao combina com o conceito que tenho de Dominador de verdade


Não sei se deixei de acreditar por constatar, em MINHA própria comunidade, que autodenominados dominadores não tem o menor respeito pela opinião de uma submissa (e nem os expulsei AINDA porque, diferente deles, tenho argumentação suficiente para sustentar minhas opiniões)
A verdade é que, por mais que tenha tentado ser a submissa ideal (dentro de MEUS limites), nunca deu certo. E juro que tentei, curvei, ajoelhei, obedeci sem contestar, fiz o diabo para agradar, comi no chão, apanhei sem reclamar, fui injustamente castigada muitas vezes e calei.
E submissas de verdade sabem que é preciso ser muito mulher para se submeter, embora nossa força seja, muitas vezes, confundida com falta de personalidade, fraqueza, anacefália.
Me orgulho do que fui e das amigas submissas (as de verdade) que tenho. Nós temos a força!


Não sei ... talvez a verdade seja outra. Não acredito porque não sou!
Deve ser o tal sangue espanhol falando mais alto (e espanholas não tem espinhas no rosto porque não levam desaforos para casa). Espanholas, quando desafiadas, fazem dança de tablado sobre a mesa de quem desafiou e tocam castanholas ... ás vezes as tocam na cabeça do incauto!
Mas chega de confusão. Kaillean matou Kalíope.
Kaillean é uma mulher bem resolvida, madura, culta, inteligente, bem relacionada, viajada.
Kaillean tem personalidade yang, convicções inabaláveis, é dona de seu nariz e não acredita no patriarcado medieval vigente, cultivado por padres assexuados nos últimos de 2.000 anos.
Kaillean é Alta Sacerdotisa da Deusa Mãe. A Deusa é a criadora, provedora e mantenedora .. os deuses são Sua criação ... filhos, amantes ou consortes.
Gaya, a Deusa, criou o mundo dançando e nunca deu à Zeus o trono do Olimpo. Quem entronizou Zeus foram os gregos - aqueles homens de corpos esculturais que satisfaziam seus prazeres carnais com outros homens.
Quem manteve Zeus no trono foram os filósofos gregos - aqueles velhos pedólifos cheios de neófitos impúberes.
E ainda há quem cante: mirem-se no exemplo das mulheres de Athenas ...
Sorry ... não dá para mudar a História!


Por essas e outras, Kaillean detesta PetShop, vacina, banho, tosa, canis pulgentos, irmãzinhas de coleira, ração de má qualidade e adestradores de qualidade mais duvidosa ainda.
Kaillean respeita Dominadores sim, mas os DE VERDADE. E os de verdade são, antes de tudo, perfeitos cavalheiros. Os de verdade valorizam a mulher que lhes serve.


Aos 'outros', aqueles que vem gritar aqui mas morrem de medo da esposa em casa, well ... man, I feel like a woman!
Bem ... por hoje chega.
Sou Kaillean, e o prazer é todo seu!

domingo, 31 de janeiro de 2010

Tela em branco

Acordei hoje uma tela em branco. Cansei das cores que escolheram para mim.
Chega daquela tela surrada, da tinta desbotada, da pintura morta, do vazio de cada imagem, da reprodução falsificada que chamei até então de vida.
Chega!
É claro que nem todos aprovarão minha obra; não mais caberá na fôrma na qual tentaram me espremer.
À esses, sugiro a banca da esquina: lá, exis
tem cartões postais para todos os gostos.