quarta-feira, 28 de março de 2012

DOM KABATA

Parece que você vai embora dia desses, Dom Kabalta.
E seu blog vai embora com você.

Uma vez copiei o blog inteiro, para que o que você escreveu não se perdesse, mas ele cresceu muito.


Bem, resolvi copiar e reproduzir aqui o conto que você escreveu para mim em maio de 2009, quando ainda usava o nick de Kalíope.


Matei Kalíope há alguns anos; você vai matar Dom Kabalta.


Mas Dom Kabalta e Kalíope vão viver para sempre aqui, em seu conto, no meu blog.


"no que dá a união de um Dom Herege com um Anjo Profano?", você me perguntou quando nos conhecemos.


Não demorou para descobrirmos por que o destino nos colocou juntos ... de novo.


domingo, 31 de maio de 2009


A Sacerdotisa do Imperio.



Rodei a catraca de madeira mais uma vez em sentido horário,fazendo com que a grossa corda de nylon obriga-se a escrava a inclinar ainda mais a cabeça para trás.
A ponta desta corda estava presa a uma tira de couro, que circundava sua testa.
Ela estava amarrada, de bruços, com pés e mãos juntas ás costas.
Usava nela uma mordaça de anel que me permitia introduzir qualquer coisa que quisesse em sua boca.
Orifícios existentes na bancada sobre a qual ela estava,permitiam que seus seios ficassem livres,voltados para o chão.
Em seus mamilos, eu havia colocado prendedores de aço com correntes e pesos nas pontas.
Dei mais uma volta na catraca, até que a escrava soltou um gemido.
Eu iria deixa-la ali por mais uma hora. Já fazia quase cinco horas que ela estava naquele castigo.
Deixei-a ali e me voltei para a bancada de "ferramentas".
Tinha cordas para enrolar, grilhões para dependurar na parede, mordaças espalhadas, enfim, uma verdadeira baderna!
Outras escravas sempre me ajudavam a arrumar a bancada.
Alezandra é a que mais se preocupava em manter o nicho em ordem e organizado.[

Estava ali,entretido com meus afazeres, quando ouvi o toque das trombetas.
Toque de trombetas, assim, sem sobre aviso, significava uma coisa: alguém do Império estava chegando na masmorra!
E a ultima vez que isso aconteceu, não foi nada agradável! Bem! Passado é passado...
Não dei importância a isso,e continuei a trabalhar.

Passado algum tempo, chega Dom Helias com seu topete "rock a billy".
-Saudações Kabalta. Posso entrar? -disse ele-
-A casa é sua amigo!
-Vim lhe trazer a mordaça que peguei emprestada.
-Um ano depois?- sorri-
-Ando meio ocupado,sabe? Ouviu as trombetas?
-Sim...
-Sabe quem chegou aqui hoje?
-Não...- eu respondia enquanto continuava mexendo em minhas coisas
-É uma Sacerdotisa do Império...me parece que vai viver aqui conosco...
-Uma Sacerdotisa do Império? Aqui, na masmorra?
-Sim. Bem, eu não sei muito bem o porquê, mas o cortejo dela é grande!Trouxe muita gente junto!
-Uhm!Estamos ficando importantes...- brinquei-

-Bem,volto para o meu nicho. A lias,Kabalta, aprendi a fazer uns nós gregos que quero ensinar a você...
-Não meu amigo - interrompi - ainda estou tentando esquecer os nós chineses,obrigado...
Helias sorrio, deu meia volta e se foi.
O mestre superior sempre me criticava quanto a arrumação do meu nicho.
Sabe,acho que ele tinha razão!Parei de arrumar as coisas,e voltei a escrava sobre a bancada, para soltá-la do castigo.
Sim!Uma hora havia se passado,e eu não havia conseguido colocar a casa em ordem!
Soltei a escrava,voltei às cordas.
Mal começava a trabalhar, e já havia percebido a chegada de uma nova visita.
O som de saltos no corredor, passos rápidos, firmes;Carolina!
Como de costume,ela irrompeu nicho a dentro,com sua voz estridente.
-Meu Dom!- disse ela, me beijando os lábios-Boa tarde!
-Vejo que esta feliz hoje.- disse eu -
-Claro que sim!Sabe que sempre fico feliz quando acontece algum grande evento aqui na masmorra...
-É? E o que é que vai acontecer?
-Meu Dom ainda não sabe?
-A Sacerdotisa?
-Sim! Hoje a noite o conselho irá oferecer à ela um jantar de boas vindas, todos deverão estar la!
-Uhm...
- Meu Dom não esta ansioso por conhecê-la?
-Não...
-Mas...como não??
-Não...!??
-Mas é uma Sacerdotisa do Império!??
-Pelo que sei, ela ira viver aqui na masmorra de agora em diante.- respondi -
-Sim, mas meu Dom não vai ao jantar?
-Não...
-Por que?
-Porque não quero Carolina! Agora, vá procurar o que fazer, e me deixe trabalhar em paz,sim?
Carolina torceu o nariz e saiu com seus passinhos rápidos.
Enrolei todas as cordas, coloquei-as nas prateleiras,dependurei os grilhões na parede,guardei mordaças,máscaras,algemas,cintos, peças de couro.
Passei um espanador sobre a bancada, enfim,um brinco!!
Tudo limpo e arrumado!Eu podia ate ver "Titi",a maior aranha caranguejeira que vivia no nicho,andando sobre a bancada!

Enquanto admirava o resultado do meu trabalho, nova visita se aproximava!
Passos lentos,passos de quem colocava um pé diante o outro para andar!Alezandra!
Ela chegou trazendo um ramalhete de flores. Alezandra adorava manter o nicho limpo e decorado!
Ela se aproximou de mim,fez uma reverência,beijou-me na boca,com aquele beijo que eu adorava,e me cumprimentou;
-Meu Dom,boa tarde.
-Por onde andava ,Alezandra?- perguntei -
Fui atender a uma ordem do mestre superior,fui ao meu nicho,colocar as coisas em ordem, peguei flores para trazer para cá...
-Uhm...
-Posso perguntar, meu Dom?
-Bem,se a pergunta é;se eu vou ao jantar de recepção a Sacerdotisa do Império,a resposta é não!
-Bem,eu ia perguntar, que roupa eu deveria preparar para o meu Dom...mas todos devem ir,senhor...
-Mas eu não estou com vontade...ademais, é uma pessoa que ira viver conosco aqui na masmorra.
-Bem - começou Alezandra-o fato dela ter sido banida pelo Império, não significa que não se deva prestar o devido respeito por ela...
-Banida??- perguntei -
-Sim meu Dom, Kalíope foi banida pelo Império...
-Kalíope??
-Sim, Kalíope Senhor, esse é o nome dela...
Não sei por que mas,assim que ouvi aquele nome, um calafrio correu-me pela espinha...
Sabe por que ela foi banida?
-Ela usou de seus poderes para seduzir conselheiros imperiais. Alguém a denunciou, e o supremo imperador a baniu.
-Na verdade meu Dom, ela esta mais para Feiticeira do que para Sacerdotisa.
-Bem, se o meu Dom me permite, fui incumbida de preparar os aposentos imperiais para instalá-la até que o nicho definitivo fique pronto. Posso sair,  senhor?
Fiquei fora de sintonia por alguns instantes, sentia algo diferente no ar agora...
-Meu Dom? Dom Kabalta?- insistiu Alezandra-
-Sim?
-Meu Dom está bem?
-Sim...claro...
-Posso ir ,senhor?
-Sim,vá Alezandra...vá você e Carolina ao jantar,e me representem...
Alezandra me beijou novamente,fez uma pequena reverência e se foi, não antes de arrumar as flores que havia trazido.

Por volta das vinte horas,comecei a ouvir o som das valsas, que vinha do salão principal.
O jantar havia começado.
Procurei ocupar o meu tempo lendo velhos livros de bruxaria, da biblioteca de Lorde Malevolon.
Com o passar das horas, junto ao som da música, comecei a ouvir também o som de trovões. Uma forte chuva se anunciava!
Alezandra e Carolina retornaram ao nicho antes da meia noite. Carolina discutia com Alezandra, algo sobre tê-la feito tropeçar de propósito ou coisa assim.
Uma estava sempre aprontando com a outra...
Eu já as esperava na cama. Elas se deitaram, como sempre, me deixando entre elas. Fizemos amor e elas pegaram no sono.
O som dos trovões que vinha da rua aumentava, e um barulho abafado de chuva forte também.

Não consegui me conter. Me levantei, me vesti e sai do nicho para o corredor.
Os aposentos imperiais ficavam no lado norte da masmorra.
No caminho ate lá, pude constatar algo que todos os Dons e Dommes julgavam ser uma lenda.
Pude ver o servo Eleazar saindo do nicho de uma Domme.
A escuridão do corredor não deixou que ele me visse.
Muitos diziam que Eleazar vagava pelos corredores da masmorra durante a noite,e que,apesar de sua idade avançada, ele ainda proporcionava prazer para muitas Dommes.
Corria o boato também de que ele, outrora, fora um Lorde imperial, banido e desmoralizado, devido a ciumes de um conselheiro imperial.
Bem, parte da historia eu constatava ser verdade. Restava saber se o velho Eleazar realmente um dia fora um Lorde imperial...


Ao me aproximar dos aposentos imperiais, comecei a sentir um perfume diferente no ar.
Na porta, um guarda do conselho munido de escudo e lança.
Me aproximei,esperando alguma atitude do mesmo, mas ele continuou a olhar fixo para frente, imóvel feito uma estátua.
Entrei na saleta de recepção. O aroma do perfume aumentava.
Alezandra havia feito um trabalho e tanto ali! Flores, cortinados de contas negras, tapeçarias orientais, estatuetas gregas.
A iluminação era fraca, pois poucos archotes estavam acesos.
Fui entrando, passando de sala em sala, seguindo o aroma do perfume.


Enfim,cheguei ao quarto imperial.Um salão grande, repleto de almofadas multicoloridas, grandes queimadores de incenso, mais tapeçarias, uma lareira enorme. No centro, uma grande cama, sobre a cama, Kalíope.
Ela estava deitada de lado, recostada em grandes almofadas.
Era uma mulher linda,cabelos claros que passavam dos ombros, rosto alongado,delicado, olhos castanhos penetrantes, pele alva macia.
Um corpo perfeito, verdadeira obra de arte!
Tinha piercings de argolas nas bordas das orelhas, anéis em forma de dragões, de chamas, de serpentes, pequenas alianças nos dedos dos pés e,uma pedra verde com pequenas manchas negras, em um pingente dependurado no pescoço.
O silêncio do quarto era quebrado apenas pelo tilintar das chamas da lareira.
A fragrância do perfume se misturava agora ao aroma dos incensos.
Enquanto eu me aproximava, ela me saudou.
-Seja bem vindo, Dom Kabalta.
-Desculpe, mas não lembro ter me apresentado.
-Você só pode ser Dom Kabalta.
-Como pode saber?- perguntei, parando ao lado da cama-
-Você foi o único que eu não vi no jantar de recepção...e é o único por aqui que tem três demônios como guarda costas...
Ironicamente olhei para os lados e para cima.
-E não são pequenos- continuou Kalíope -
Eu sorri.
-Você não pode vê-los como eu posso, mas pode senti-los, eu sei.- completou ela -
Eu me ajoelhei ao lado da cama, colocando a mão sobre o pé de Kalíope.
-Achei por bem prestar minhas boas vindas a você...em um momento mais tranquilo...
- E de uma forma mais interessante, eu imagino.- disse ela -
Eu quase podia ver o reflexo das chamas da lareira nos olhos de Kalíope. Seu olhar manteve-se fixo no meu.
-Depende- comecei a falar, beijando os pés dela - do que você chama de "interessante".
Comecei a beijar seus pés lentamente, o peito dos pés, cada dedo, de uma forma delicada.
Kalíope se ajeitou nas almofadas, bateu palmas duas vezes.
Não sei de onde, surgiu um servo portando uma grande flauta de bambu.
Ele se sentou em uma grande almofada, ao lado da lareira, e começou a tocar uma musica de ritmo lento.
-Vamos ter plateia?- perguntei -
-Calma, ele é cego.
-É surdo também?
Kalíope sorriu.
Continuei a beijar seus pés, subindo lentamente em direção as pernas. Ela colocou os braços ao redor da cabeça e fechou os olhos.
Lá fora,uma forte chuva caia, repleta de relâmpagos e trovões.


Foi com um desses trovões que Alezandra acordou, sentando-se na cama de sobressalto.
Como não havia me visto deitado, começou a chamar Carolina.
-Cadela...acorda cadela...acorda!- dizia ela enquanto sacudia Carolina, que respondia com pequenos gemidos -
-Acorda, cadela inútil!- berrou Alezandra,derrubando Carolina da cama-
O barulho dos ossos de Carolina batendo no assoalho, vieram acompanhados de um grito de susto.
Imediatamente, Carolina pôs-se sentada no chão, de pernas abertas.
-Tá louca?? Quer me matar?? Por que me jogou da cama, sua homicida!!- berrou Carolina-
-Onde está o nosso dono?- perguntou Alezandra -
Carolina olhou para os lados, com a mesma expressão de raiva, e berrou de novo;
-E eu sei la onde está Dom Kabalta! Deve estar no banheiro!
-Não cadela, Dom Kabalta não está no banheiro!- disse Alezandra pulando no chão-
-Levante-se e vista-se!- disse ela a Carolina-
-Mas, onde está Dom Kabalta?- perguntou Carolina,meio tonta de sono ainda-


-Kalíope!- respondeu Alezandra, já fechando o zipper do macacão de latex-
-O que?-começou Carolina-Meu Dom esta com a maldita Feiticeira?
-Com toda a certeza do mundo!
-Eu vou matar aquela bruxa desgraçada!!
-Você não vai fazer nada cadela, vista-se logo,vamos!
-Eu odeio ela!
-Cala a boca e se veste!- ordenou Alezandra -


Um calor aconchegante tomou conta do quarto, misturado ao cheiro dos incensos e ao som da flauta.
Eu havia amarrado as mãos de Kalíope nas grades da cabeceira da cama, e sugava sua vagina.
No lugar de uma mordaça, eu apenas enfiei um grande lenço colorido em sua boca.
Sua respiração era intensa, seu peito subia e descia devagar, ela soltava pequenos gemidos através do lenço metido na boca.
O perfume e o sabor da sua secreção vaginal eram inigualáveis!
Eu chupava sua vagina, mordia, chupava, beijava, ao mesmo tempo em que apertava suas nádegas com vigor!
Eu enfiava o meu rosto entre suas coxas, tentando entrar naquele universo novo!

Alezandra e Carolina já haviam entrado nos aposentos imperiais, e se aproximavam do quarto principal.
Eu havia penetrado Kalíope. Eu me coloquei de joelhos sobre a cama, penetrando-a.
Ela envolveu minha cintura com suas pernas, enquanto se movia lentamente.
Eu a segurei em suas costas,sustentando seu corpo no ar,enquanto chupava seus seios.
Ela ficou com o corpo meio curvado para trás,devido a amarra das mãos na cabeceira da cama.
Ela gemia, tentava falar algo, mas não conseguia.
Seus cabelos ficaram colados ao rosto, pelo suor que escorria!


Alezandra afastou o cortinado de contas negras lentamente para não fazer barulho.
De onde estava ela podia ver toda a cena.
Carolina espiou junto com ela mas, ao contrário de Alezandra, não se conteve.
-Eu vou matar essa pi...!!!
A frase fora cortada pela mão de Alezandra, que tapou a boca de Carolina com força.
-Cala a boca,cadela!!- sussurrou Alezandra, apertando maldosamente a boca e as narinas de Carolina, que lutava para respirar.


Eu agora segurava o corpo de Kalíope com uma das mãos apenas.
Com a outra mão, eu desferia tapas em suas coxas enquanto a penetrava e socava com força, chupando e mordendo seus seios.
Estávamos unidos em um único movimento, uma única energia, um único prazer!
Kalíope gemia,saliva escorria pelos cantos de sua boca. Ela abriu os olhos, e pode ver os três grandes demônios,que realizavam uma dança bizarra ao redor da cama,totalmente fora do ritmo do som da flauta.
Eu soquei sua vagina mais rápido,com mais força, chupava e mordia seus seios apertando sua nádega, batendo!


Alezandra arrastou Carolina para fora dos aposentos, destampando sua boca apenas no corredor.
-Eu vou voltar lá e vou arrancar os olhos daquela vagabunda!!
-Você não vai fazer nada cadela!
-Ela é uma bruxa maldita!!Seduziu o meu Dom!!
-Cala a boca!! Se você pelo menos encostar a mão em uma Sacerdotisa, o mínimo que vai te acontecer é ficar dependurada de ponta cabeça durante uma semana sobre os tronos do conselho!!
-É o nosso dono que está lá!!
-Disse tudo! É o nosso dono que está lá!!E ele tem o direito de fazer o que quiser!!
-Agora vamos, ele tem que nos encontrar na cama quando voltar!
-Eu vou voltar lá!- disse Carolina, impedida por Alezandra, que a puxou pelos cabelos-
-Vamos embora!!!


Tirei o lenço da boca de Kalíope, ela me olhou nos olhos, eu a beijei, beijei com ardor, beijei com paixão enquanto socava sua vagina com força e rápido!!
Entramos em êxtase, grudados, colados, quase nos tornando um só!
Os demônios dançavam freneticamente ao redor da cama! Calor,labaredas da lareira,incenso,flauta,gemidos,perfume,dança,gemidos,calor,labaredas,flauta, dança!!!
Kalíope gritou, gritou a plenos pulmões!
Seu grito ecoou pelos corredores da masmorra!
Eu soltei suas mãos e as beijei.
Ela fitava meus olhos,tentando me falar algo.
Afaguei seus cabelos, contemplando seu olhar;
-Seja bem vinda...
-Obrigada.- respondeu ela, fechando os olhos e virando a cabeça -


Voltei para o nicho,entrei no quarto.
Alezandra e Carolina estavam deitadas,cada qual virada para um lado da cama.
Eu me despi,e me deitei entre elas.
Quase que imediatamente,as duas se viraram,e me abraçaram.
Eu passei os braços sob seus pescoços e as abracei.
Carolina chorava baixinho. Já Alezandra deixava lágrimas silenciosas escorrer pelo rosto.
Eu sentia o amor delas por mim,e eu as amava também.
Nada mais justo!Fiz amor com elas ate quase o dia amanhecer...

Esse conto é uma homenagem a uma grande amiga.

1 comentários
(Kaliope / Kaillean)

Acho incrível que você tenha lembrado até de detalhes tão pequenos, como os anéis, os piercings e a pedra que eu usava no pescoço quando nos conhecemos.
Amei o conto, Dark Angel. Obrigada
(o conto original está ai ao lado, nos Contos de Dom Kabalta, em minha lista de blogs)

domingo, 19 de setembro de 2010

domingo, 4 de julho de 2010

EU, ROBOT

De acordo com sábias palavras de Don Miguel Ruiz, o que vivemos e ouvimos nesse exato momento não passa de um sonho.
O sonho é anterior ao nosso nascimento. Foi criado pelos que vieram antes de nós, e o podemos chamar de Sonho da Sociedadade.
Esse Sonho da Sociedade inclui regras, comportamento, crenças, leis, cultura, bem e mal, certo e errado, enfim ... e como nascemos com a capacidade de sonhar, os que vieram antes de nós nos ensinaram a sonhar da forma que a sociedade sonha.


Não escolhemos nosso nome, nossos valores morais, nossa religião. Não nos deram a oportunidade de escolher no que acreditar ou não.
Mas aprendemos a acreditar, aprendemos a sonhar o sonho alheio. Concordamos com a informação que nos foi passada e acreditamos incondicionalmente nos certos e errados sonhados.
Fomos todos domesticados desde a infância. E no processo de domesticação (assim como se domestica um cão), fomos premiados ou punidos, de acordo com um sistema de castigos e recompensas.
Não faça isso, faça aquilo ... e com medo da rejeição e necessidade da recompensa - a atenção e amor alheios - nos afastamos de nosso Eu e nos domesticamos para agradar o papai, a mamãe, o professor, o chefe, o namorado, a sociedade.


Já adultos, o massacre sofrido pelo Eu é tão forte que não mais precisamos desses treinadores. Nos tornamos animais autodomesticados com nosso próprio juiz interno, ditando as regras de acordo com o Livro da Lei escrito pela sociedade.
Nosso juiz interno a tudo julga .. o cão, o gato, o tempo, o que pensamos, fazemos, sentimos.
Toda vez que fazemos algo que vai contra o Livro da Lei, nosso juiz interno nos diz que somos culpados, que devemos nos envergonhar, que precisamos ser punidos.


Mas, junto ao juíz interno, convive em nós a vítima. Essa carrega a culpa, a vergonha, a responsabilidade, a sensação de não ser bom o bastante, não ser digno, não ser atraente, não merecer amor e respeito.
O grande juíz interno concorda com a vítima e diz: sim, você não é bom o suficiente.


Não basta se tornar adulto e ser apresentado a novos valores e conceitos pois, mesmo incorporando ao nosso mundo tais valores, terminamos por descobrir que as velhas crenças ainda controlam nossas vidas.
Quebrar as regras do Livro da Lei abre ferimentos emocionais, porque aprendemos com nossos pais e, mais tarde com nosso juiz interno, que tudo o que está escrito lá é verdade.
E qualquer coisa que vá contra aquelas verdades produz insegurança. Mesmo que o Livro esteja errado, ele faz com que nos sintamos seguros.
Todas as Leis estão no Livro e o juiz dentro de nós baseia tudo nessas regras.
Mas, seria justo esse juíz?


Justiça é pagar por um erro apenas uma vez. Nenhum condenado vai para a cadeia pagar pelo mesmo crime duas vezes.
Quantas vezes pagamos pelo mesmo erro? Milhares de vezes.
O ser humano é o único animal sobre a Terra que paga mil vezes pelo mesmo erro.
Nossa memória é poderosa. Cometemos um erro, somos julgados por nosso juiz interno, condenados e castigados.
Se existe justiça, é o suficiente. Não precisamos sofrer duas vezes pelo mesmo erro cometido.


Mas não funciona assim: lembramos do erro, relembramos, nos declaramos culpados e nos punimos outra vez, e outra, e outras tantas ainda.
E, se não o fizermos, outras pessoas o farão.
Usarão seu próprio juíz interno para nos lembrar centenas de vezes do mesmo erro, jogando sobre nós seu veneno emocional.
E seremos julgados, condenados e punidos essas centenas de vezes.
A maioria das pessoas tem medo do inferno, o 'local das punições', mas .. onde fica o inferno?


Más notícias: já estamos no inferno!
Fica exatamente aqui: o local da punição, da dor, do sofrimento, da violência física e verbal, da raiva, da vingança, do medo, do ódio, da inveja.
É aqui que transformamos nosso sonho num pesadelo.
É aqui que nosso juíz interno nos condena e condena e condena.
É aqui que juízes internos alheios anotam em seus Livros da Lei - seu caderninho de notas - nosso erros e nossas dores.
E é aqui que, vez por outra, enfiam seus dedos cheios de ódio em nossas feridas não cicatrizadas e, como donos absolutos da verdade, nos fazem sofrer pela enésima vez a mesma dor.


Ah, mas você não quer sentir dor. Eu não quero sentir dor. Fácil, fácil:
decore as regras pré-estabelecidas (sabe-se lá por quem) e não as quebre nunca;
absorva os pré-conceitos e viva de acordo com eles;
carregue um pocket do Livro da Lei na bolsa e consulte em caso de dúvida;
não saia de sua zona de conforto, não ouse, não contradiga, não mude
Afinal, não nos deram uma vida para viver. Nossa Certidão de Nascimento é apenas uma ficha de múltipla escolha. Marque o X na resposta certa; não se atreva a cogitar a hipótese da resposta certa não estar entre as opções.
Vida programada, mente condicionada, um a mais entre a massa que marcha ao som da mesma batida, na mesma direção ... a direção do nada.


Eu, robot ...
Mas, deixa falar baixinho para o juíz interno não escutar: robots tem botões.
Se um dia você se atrever a acordar, procura o botão F e aperta. Algo parecido com ctrl+alt+del. Não entendeu? Eu explico:
Ligue o FODA-SE e seja feliz!

EU, ROBOT .. SOM E IMAGEM

terça-feira, 29 de junho de 2010

Dark Angel


Caminhava descalça
Sem destino a percorrer
Apenas o medo se apoderava de mim
Escuridão nos jardins do Paraíso

Mentiras nos campos do Inferno.
Eu não sabia nada
Estava sozinha nesta noite de pesadelo
Gritava na minha mente

Chorava no poço de mim

Mas nada havia ali
A minha voz torna-se um murmurio seco
A minha alma um flor murcha

Queria fugir
mas não havia caminho
As imaginárias trevas cercavam-me
Num lugar que eu sei que não existia

Corri para mim

O meu reflelxo no meio do nada

Este chorava sem parar

E eu não o conseguia acalmar

Por fim deixei-me nas cinzas
Nada havia a descobrir


Um corvo passou por mim

E ensinou-me a morrer sem dor

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ops ... lá vem outra onda


Ando com aquela sensação de quem mora no Waimea. Um tsunami atrás do outro.
A vida gritando por soluções urgentes para questões pendentes
relações pessoais em turbulência
conflito diário
(e nem posso dizer que é inferno astral.
Sou de sagitário)
Gente reclamando porque sumi
(e gente sorrindo, achando que morri)
Mas nessa fase quase slow eu penso:
ainda bem que existe o botãozinho do pause.
Aperto o tal botão
botas, vestido vermelho e batom
e lá vou eu, outro lado da cidade
ops ... outro tsunami
"Você não espera
passar um final de semana romântico na serra?"
Não, não espero. Nunca esperei.
Sei bem do 'pacote fechado' que comprei.
Mas que dava para dormir sem essa,
ah .. isso dava!